domingo, 24 de abril de 2011

A queda

É isso. Agora só faltava dar um passo. Depois disso, tudo teria fim. Finalmente se veria livre do estresse, das brigas, da tristeza, da infelicidade. Um passo para acabar com tudo. Tudo.
Respirou fundo. Deu o passo. Enquanto caía toda a sua vida passava diante dele. Lembrou dela e o que ela lhe causou, o quão triste ficou por causa dela, deprimido, até chegar ao ponto em que estava, de se suicidar. Porém, lembrou-se também dos momentos bons, lembrou que antes disso havia ficado muito feliz com sua companhia, lembrou de seus amigos que sentiriam sua falta apesar de tudo e dos momentos que passara com eles. Não, não valia a pena por um fim em sua vida por causa dela, não importa o quão importante ela fora. Droga, agora era tarde demais. O chão se aproximava. O prédio de onde pulou era tão alto que era capaz dele abrir um buraco direto para o inferno.
Cinco metros. Ela na cabeça. Quatro metros. Seus amigos em mente. Três metros. A família toma conta do pensamento. Dois metros. Nada em mente. Um metro. Fecha os olhos. Adeus.

***

Sentou rapidamente em sua cama. Respiração acelerada. Olhos arregalados. Acordara de súbito. Levantou e foi até o banheiro. Olhou no espelho. Seu rosto estava terrível após o sonho. Molhou o rosto e voltou para a cama. Deitou. Virou-se para sua mulher e pensou "Ainda bem que não dei aquele passo". E adormeceu novamente.

2 comentários:

Vitor Guarino disse...

Po cara, gostei mito do texto, mas ainda mais de ver que tu ainda escreves caro amigo...=]
eu to meio (completamente) parado. Foi ótimo matar essa saudade!

Liiz disse...

Ok, ok, ok!
O que temos aqui?
Wow, seu texto é de uma densidade inexplicável! Ele prende o leitor até o fim e tem um final que, digamos, traz alívio.
Você é um ótimo escritor! Mesmo.
Além de ser foda no Guitar Hero, hahahaha.
Beijos!