terça-feira, 12 de junho de 2012

Relato da loucura de uma mente insana 2



Pronto, agora ele era o ultimo. O que sobrou. Todos os seus amigos estavam namorando, tinham alguém de quem gostavam e que gostava deles. Mas não ele. Não. Nunca sequer tivera um relacionamento de sucesso. Três semanas, um mês, um mês e meio, não passava disso. Não que não ficasse feliz por seus amigos, pelo contrário, mas ficava triste por si mesmo. Não queria exatamente um namoro, só queria que alguém sentisse por ele o mesmo que ele sentia. E com a cabeça cheia desses pensamentos, ele dormiu.
Seus amigos tentaram apresentar algumas pessoas, mas nenhuma o interessou. Até um dia que conheceu uma menina  por acaso. Daniela. Ela esbarrara nele no metrô, derrubando o café que segurava e sujando-o todo. Fora o suficiente para começar uma conversa. Saltaram na mesma estação e continuaram conversando até ele chegar ao trabalho. Trocaram contatos e se separaram.
Eles continuaram conversando pela semana que se seguiu e marcaram de sair. Não só naquele fim de semana, mas em vários outros, até que começaram a namorar. Seus amigos que já ouviam tanto sobre a tal Daniela, agora passaram a ouvir mais ainda, mas nunca a conheciam. Ele tentara várias vezes apresentá-la aos amigos, mas nunca conseguia. Sempre surgia algum imprevisto e ela não podia.
Até um dia. 11 de junho. Acordara com ela em sua cama. Tinham passado a noite juntos. Ao sair de casa esbarrara em seu melhor amigo. Apressou-se em apresentar Daniela. Finalmente alguém a conheceria. Mas percebeu um certo olhar de estranhamento no amigo. Olhou para Daniela sem entender. Até que ela disse "Desculpa" e então sua imagem desapareceu aos poucos.
Sua mente voltou a todos os momentos em que passaram juntos. Não. Não tinha como tudo ser invenção. Não tinha como ele ser tão perturbado assim. Entrou correndo em casa, ignorando seu amigo, e se trancou. Chorou. Chorou lembrando de tudo. Fora tudo falso. Viu escondido no canto o presente que daria a ela de dia dos namorados, um album de fotos. Pegou-o e abriu. Fotos sozinhas em diversos lugares. Viu uma por uma, chorando cada vez mais.
Três dias depois. Três dias sem ninguém conseguir falar com ele. Seu melhor amigo resolveu invadir seu apartamento. Encontrou-o em sua cama. Morto. Um bilhete em sua mão dizia "É tudo uma farsa. Sempre foi".

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