Respirou fundo. Deu o passo. Enquanto caía toda a sua vida passava diante dele. Lembrou dela e o que ela lhe causou, o quão triste ficou por causa dela, deprimido, até chegar ao ponto em que estava, de se suicidar. Porém, lembrou-se também dos momentos bons, lembrou que antes disso havia ficado muito feliz com sua companhia, lembrou de seus amigos que sentiriam sua falta apesar de tudo e dos momentos que passara com eles. Não, não valia a pena por um fim em sua vida por causa dela, não importa o quão importante ela fora. Droga, agora era tarde demais. O chão se aproximava. O prédio de onde pulou era tão alto que era capaz dele abrir um buraco direto para o inferno.
Cinco metros. Ela na cabeça. Quatro metros. Seus amigos em mente. Três metros. A família toma conta do pensamento. Dois metros. Nada em mente. Um metro. Fecha os olhos. Adeus.
***
Sentou rapidamente em sua cama. Respiração acelerada. Olhos arregalados. Acordara de súbito. Levantou e foi até o banheiro. Olhou no espelho. Seu rosto estava terrível após o sonho. Molhou o rosto e voltou para a cama. Deitou. Virou-se para sua mulher e pensou "Ainda bem que não dei aquele passo". E adormeceu novamente.